terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

The Tree. - chapter 1 -


           O vento soprava com força, as pétalas de flor de cerejeira dançavam à sua volta e Emily não conseguia correr mais, por muito que quisesse, ou por mais que temesse o que aconteceria se parasse. Mas parou … Caiu, deixando-se afundar no cansaço, no medo e no sensação de morte que tinha agarrado a si e mesmo antes de desmaiar ela viu, numa pequena poça, a sua cara manchada pela dor e loucura do momento.
          Quando abriu os olhos viu mesmo à sua frente, uma enorme e majestosa árvore, com as suas flores a brotar e as pétalas das mesmas a esvoaçar à sua volta, era uma árvore saída dos contos de fadas e apesar de Emily se sentir tão suja e desesperada, ao olhar para aquela árvore ela sentiu uma estranha sensação de serenidade, uma sensação que nunca mais esperava voltar a sentir. Sentindo-se em paz novamente, ela encostou-se à árvore e deixou-se levar, mas desta vez na tranquilidade.
           Já tinha chegado o momento de voltar e deixar aquela serenidade. Voltar significava enfrentar tudo o que tinha acontecido, e isso era a última coisa que Emily queria fazer, mas era também a única. E por isso partiu, olhando uma última vez para aquela árvore saída de um conto de fadas.
           Ela lembrava-se daquele caminho, era o atalho que fazia todos os dias para ir para casa depois de passar pelo café e comprar os bolinhos que o pai tanto gostava, mas agora lembrava-se dele ainda melhor pois tinha sido o mesmo caminho pelo qual fugira o seu adorado lar. 
            Estava embrenhada nos seus pensamentos quando percebeu que tinha chegado ao seu destino. Antes de entrar olhou para o céu e viu as estrelas que tinham resistido aos poucos raios de sol, que criavam um novo dia, e nesse momento entrou.
            Simplesmente colocando um pé na entrada já se lhe estava a criar náuseas, devido ao terrível cheiro a sangue que emanava de todos os lados, o cheiro do sangue da sua mamã, e do seu papá.
           Ao entrar na sala inspirou bem fundo, aguentou o ar nos pulmões e fez de tudo para não olhar para o chão, porque sabia perfeitamente que estavam lá os corpos sem vida dos seus pais e de repente lágrimas começaram a cair dos seus olhos, uma atrás da outra, mostrando que tão depressa não iriam parar, mas apesar disso, seguiu em frente em direcção ao seu quarto quase perdendo as suas últimas forças. Estava completamente arrumado tal como a mãe gostava, Emily olhou para ele, foi ao armário, e agarrou no Benny, o seu gatinho de peluche favorito de quando era pequena e deitou-se na cama tapando a cara com os cobertores, aconchegando-se junto a Benny. E assim adormeceu, na esperança de que ao acordar tudo tivesse sido um pesadelo, e que o seu papá não tivesse assassinado a mamã e tentado fazer o mesmo à sua filha.

- Continua -

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