sexta-feira, 29 de abril de 2011

The Tree. - chapter 9 -


À medida que abria os olhos apercebeu-se que estava com uma dor de cabeça do tamanho do mundo, por isso deu-lhe logo uma enorme vontade de os fechar novamente e voltar para o seu sonho, onde Trevor era do tamanho de uma flor e saía de trás da mesma vestido de fada e começava a cantar para Emily uma canção de embalar que costumavam também cantarolar em pequenos. Mas à medida que a dormência produzida pelo sono e o inchaço dos olhos, produzido pelo choro compulsivo passavam, ela por entre a escuridão começava a perceber que estava num sítio desconhecido, mas rapidamente os seus olhos verdes encontraram um corpo adormecido numa poltrona e ao perceber que era Trevor o seu coração já tão acelerado do medo pelo desconhecido começou lentamente a abrandar.
As luzes da lua estavam a incidir no seu rosto e graças a elas Emily conseguia ver o rosto de Trevor, um rosto sereno e até mesmo reconfortante, que fazia com que ela o quisesse ver mais de perto e tocar-lhe. Por isso mesmo levantou-se lentamente da cama, deu um passo silencioso, depois outro, depois mais outro, até que finalmente estava junto a ele. Nesse momento agachou-se um pouco para ficar à mesma altura do rosto de Trevor. Estava tão próxima dele que conseguia sentir a sua respiração contra a sua pele e ao olhar para aqueles lábios rosados o seu cérebro deixou de funcionar durante um momento, e num impulso irracional fez os seus lábios tocarem suavemente os de Trevor.
- Sabes que é de má educação beijar uma pessoa quanto esta está a dormir… - disse ele com os olhos meio abertos e com um sorriso carinhoso e divertido.
- Estavas acordado?! - disse Emily quase num grito de tanto embaraço que sentia e afastando-se dele em sobressalto acabando por se sentar novamente na cama.
- Qualquer pessoa acordaria se uma rapariguinha atrevida estivesse meia hora a olhar para ela. E não fujas, porque a culpa é tua. Foste tu que me beijaste. - disse ele metendo-se com ela. - Vem cá. Senta-te aqui ao pé de mim já que me acordaste. - pediu Trevor coçando os olhos na tentativa de afastar o sono que lhe enevoava a vista.
- Porque não me disseste que estavas acordado… Fizeste-me fazer figura de parva… - sussurrou Emily meio amuada enquanto se levantava e voltava a sentar, agora no colo de Trevor, tal como ele lhe tinha pedido.
- Porque adoro quando fazes as tuas figuras de parva, é quando ficas mais amorosa. - começou a acariciar-lhe o cabelo. - Com que então a minha pequena Emily é uma tarada… Hum… Acho que me posso habituar a isso.
- És tão parvo! - resmungou ela ao mesmo tempo que dava um murro no peito de Trevor, para depois repousar a cabeça no sítio exacto onde tinha dado o golpe.
- Sim, mas felizmente tu adoras este parvo não é?! – perguntou-lhe ele ao ouvido.
- Hum, não sei. Vou ter de pensar muito nisso. - murmurou ela ainda amuada e olhando-o nos olhos.
Ela estava a pensar na sensação daqueles olhos estarem a ver o seu interior, quando subitamente os lábios de ambos se encontram novamente, mas aquele beijo não era igual ao anterior. O primeiro tinha sido mais carinhoso e cheio de serenidade, mas este tinha sido mais espontâneo e repleto de paixão, fazendo acender no interior de ambos uma chama que não se apagaria, de forma a que os dois quisessem sempre mais, tentando saciar a fome que tinham um pelo outro.


Não queriam pensar em mais nada, só se queriam perder um no outro e foi exactamente isso que fizeram, esquecendo o mundo lá fora.
- Continua -


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