sexta-feira, 24 de junho de 2011

The Tree. - chapter 11 -


Podia ser comparado com um animal indefeso, ali ofegante e olhar para ela com uns olhos tristes. Rapidamente e mesmo sem pensar abraçou-o, sentia que infelizmente seria a única coisa que podia fazer por ele naquele momento. Por isso abraçou-o e deitou-lhe novamente o cabeça na almofada, mesmo junto a ela. E simplesmente lhe acariciou o cabelo na tentativa de fazer desaparecer a ansiedade que ele sentia.

O silêncio tinha voltado a instalar-se ao seu redor, mas não podiam dizer que fosse desconfortável, pois para ambos aquele silêncio era confortável e acolhedor, mas Trevor agora já mais calmo sabia que não podiam ficar em silêncio para sempre.

- Podes perguntar-me o que quiseres.

- Mas... Eu não quero… - murmurou ela ao mesmo tempo que o apertava um pouco mais dentro dos seus braços.

Ambos se manterão calados por mais uns breves momentos até Trevor voltar a falar.

- O meu pai era um homem… Triste. Era um homem que gostava de brincar com o cinto nas noites que bebia vodka a mais. E a verdade é que ele adorava a sua vodka. – disse ele calmamente e com um pouco de sarcasmo. – Quer dizer, mas a verdade é que se encontrei aquele lugar foi tudo graças a ele, precisava de um sítio para onde fugir de vez em quando… E se pensarmos dessa maneira até foi graças a ele que te conheci. Uau, afinal aquele idiota sempre teve alguma utilidade… Bem, mas um dia ele simplesmente desapareceu sem dizer nada e a minha mãe aproveitou a oportunidade e levou-me daqui.

De repente ouve-se um soluço.

- Ah, porque estás a chorar pequenina? – perguntou ele preocupado e procurando ver o seu rosto.

- Desculpa… - balbuciou ela por entre os soluços. Estava tão envergonhada por se ter ido abaixo que se enrolou numa bola e escondeu o rosto junto ao peito de Trevor.

- Desculpar-te?! Mas porquê?! Vá, não sejas parvinha. – ralhou ele com carinho enquanto lhe afagava o cabelo. – Emily não é preciso ficares assim… A verdade é que eu estou bem. Sabes, eu enterrei os meus fantasmas juntamente com aquele homem, eles já não me perseguem. Por isso não chores meu amor. – E beijou-a no cimo da sua cabeça. – Emily, acho que devias fazer o mesmo com os teus.

- Trevor podes vir comigo amanhã falar com o meu tio?

- Claro que posso. – disse ele com um sorriso e começou a puxar os lençóis mais para cima tentando tapá-la melhor. – Vá, mas agora dorme. Deves estar cansada.

- Porque é que acabaste por ser tu a confortar-me!?

- Obviamente, porque sou o teu cavaleiro andante. Um cavaleiro tem de tomar conta da sua princesa, senão que raio de cavaleiro é que seria!?

- Uhh… Nunca pensei que teria um cavaleiro só para mim. – disse ela ao mesmo tempo que se ria da imagem de Trevor numa armadura a cair do seu cavalo branco. – É como um sonho tornado realidade.

- Então e estás satisfeita com os serviços prestados até agora? – perguntou Trevor também agora divertido.

- Hum… Nem por isso… Acho que infelizmente vou ter de pedir o livro de reclamações.

- Pois, pois. És é demasiado exigente. Olha que aquele dragão não se matou sozinho.

- E daí não sei, eu continuo a achar que esse dragão tinha tendências suicidas… Sabes que os dragões nunca estão muito bem psicologicamente.

- Então para a próxima arranjamos um psicólogo para o pobre animal, mas agora dorme que eu também estou cansado. Sabes que até mesmo os cavaleiros precisam do seu sono de beleza.

- Boa noite cavaleiro defeituoso.

- Boa noite princesa rabugenta.

- Ah, eu não sou rabugenta, seu aldrabão. – ralhou ela.

- Mas é claro que não, és só chorona.

- Idiota. – E timidamente tocou os lábios de Trevor com os seus. – Dorme bem.

- Tu também pequenina.

E ambos acabaram por adormecer nos braços um do outro. 


-continua- 

  

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